domingo, outubro 17, 2010

Chefe de gabinete ligado a Dilma e Erenice teria cobrado R$ 100 mil de deputado, diz 'Veja'

NOVA DENÚNCIA NA CASA CIVIL
Chefe de gabinete ligado a Dilma e Erenice teria cobrado R$ 100 mil de deputado, diz 'Veja'
O Globo
BRASÍLIA - Mais uma denúncia de cobrança de propina envolve a Casa Civil e o atual chefe de gabinete da pasta, Vladimir Muskatirovic, levado ao Palácio do Planalto pela ex-ministra e candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Segundo reportagem da revista "Veja", o deputado Roberto Rocha (PSDB-MA) acusa Vladimir de ter cobrado R$ 100 mil para autorizar uma mudança societária na TV Cidade, afiliada da TV Record no Maranhão. A família do deputado é sócia da emissora.
A "Veja" afirma que Rocha teria pago R$ 20 mil a Vladimir como sinal para resolver o problema, em 2007. Na época, Vladimir era assessor da secretária-executiva Erenice Guerra, depois promovida a ministra e demitida em meio a denúncias de tráfico de influência e corrupção envolvendo seus filhos.
Procurado pelo GLOBO, o deputado negou que tenha pago qualquer valor. Ele disse que a cobrança de propina chegou ao seu conhecimento através de um assessor, Ivo Icó Filho, que teria tido contato com Vladimir.
- Isso foi tratado entre a assessoria da Casa Civil e a minha. Claro que não (paguei nada). Não denunciei o caso na época pois não ia faltar quem dissesse que eu estava usando o mandato parlamentar para resolver problemas de família. Tentei uma solução no Judiciário.
Rocha confirmou que se reuniu com Erenice no Palácio do Planalto, em 2007, na tentativa de regularizar a composição societária da emissora. A cobrança de propina, segundo ele, veio depois. O deputado conta que a pendência não foi resolvida no Executivo nem no Supremo Tribunal Federal, onde um mandado de segurança chegou a ser ajuizado, mas nunca julgado.
O governo chegou a autorizar a mudança societária, em 2004, mas voltou atrás meses depois, anulando ato assinado pelo presidente. A solução, segundo Rocha, veio por um acordo entre sua família e os herdeiros do outro sócio da emissora.
Procurado pelo GLOBO, Vladimir não quis falar. Ivo Icó Filho não foi localizado. Segundo a "Veja", o assessor confirmou a cobrança de propina. "Vladimir deu a garantia de que resolveria tudo, desde que pagássemos R$ 100 mil," teria dito. Ainda segundo a "Veja", o deputado confirmou que pagou R$ 20 mil.
Suspeita de fraude envolve homem de confiança de Dilma, diz 'Época'
SÃO PAULO - O banco público de desenvolvimento da Alemanha, Kreditanstalt fur Wiederaufbau (KfW), ingressou com uma ação de danos materiais e morais no Brasil que envolve um dos homens de confiança da candidata Dilma Rousseff (PT) no setor elétrico, Valter Luiz Cardeal de Souza, presidente de uma subsidiária da Eletrobrás, num escândalo de fraude milionária em empréstimos internacionais de 157 milhões de euros, segundo publicou a revista "Época" neste fim de semana. A ligação de Dilma e Valter vem desde os anos 90. Cardeal chegou à Eletrobrás por indicação de Dilma quando era ministra das Minas e Energia.
Nove pessoas, entre elas quatro militantes do PT gaúcho, respondem a processo na Justiça Federal do Rio Grande do Sul, após a investigação da Polícia Federal que constatou, em 2007, crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e estelionato. Cardeal e Dilma não são acusados neste processo.
Porém, o KfW decidiu ingressar com outra ação, na 10 Vara Cível de Porto Alegre, para pedir indenização à Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), que é presidida por Cardeal.
De acordo com "Época", que teve acesso à ação, o banco alemão sustenta, com relatos, fotos e documentos, que Cardeal e Dilma tinham conhecimento da fraude em torno das garantias legais exigidas para o empréstimo, que seria usado para a construção de sete usinas de biomassa que não saíram do papel.
"Até mesmo alguns políticos conheciam os fatos, como a então ministra Dilma Rousseff", diz a ação da KfW, que sustenta que a petista sabia sobre a transação e obtenção das garantias do empréstimo durante um seminário na Alemanha, em 2007.
A CGTEE, como subsidiária de estatal, é vedada pela Lei de Responsabilidade Fiscal de assumir compromissos de fiador para empréstimos internacionais. O caso teria sido apresentado em um dos painéis sobre negócios no Brasil. A assessoria de Dilma confirma a participação no evento, mas nega que o negócio tenha sido discutido.
O banco alemão tenta demonstrar que a oferta da garantia fraudulenta da CGTEE para o empréstimo a duas empresas privadas brasileiras sem patrimônio suficiente eram de amplo conhecimentos das autoridades do setor elétrico do Rio Grande do Sul, como Cardeal e também Carlos Marcelo Cecin, ex-diretor da CGTEE e um dos elaboradores do projeto Luz Para Todos, programa-vedete de Dilma.
Cecin é um dos acusados na Justiça Federal e confirmou na ação cível que os detalhes do empréstimo "eram um assunto de conhecimento de todos", inclusive Cardeal, que esteve na Alemanha com o acusado de ser o mentor do golpe, Erwin Alejandro Jaegger, representante da empresa alemã CCC Machinery, que intermediou os financiamentos das duas empresas brasileiras, Winimport e Hamburgo, com o KfW.
Procurada, a assessoria da Eletrobras não localizou Cardeal para explicar o caso.

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