sábado, setembro 11, 2010
Em meio a tensão, Obama pede tolerância
Em meio a tensão, Obama pede tolerância
Presidente norte-americano diz que país não está em guerra contra o islã e critica plano de queima do Alcorão
Entrevista coletiva também tem o objetivo de ajudar democratas na eleição congressual que será em novembro
ANDREA MURTA - DE WASHINGTON
O presidente norte-americano, Barack Obama, fez um apelo ontem durante uma entrevista coletiva na Casa Branca pela tolerância religiosa e união de todos os americanos -inclusive os muçulmanos-, repetindo que o país não está em guerra com o islã.
"Estamos em guerra com os terroristas e assassinos que perverteram o islã, roubaram seus princípios para cometer atos absurdos. [...] Não vamos ser divididos por religião ou etnia. Somos todos americanos."
Ele responsabilizou o momento de crise pelo aumento do ressentimento contra os muçulmanos nos EUA. "Quando o país está em geral ansioso e atravessando um período difícil, medos, suspeitas e divisões podem emergir."
Sua fala foi uma lembrança das tentativas de se aproximar do mundo muçulmano, uma promessa que ele tentou cumprir com discursos e ofertas de engajamento mas que não obteve tanto resultado até agora.
No Oriente Médio, sua popularidade não para de cair, com índices de visão favorável dos EUA mais baixos hoje do que ao final da Presidência de George Bush (2009).
Obama também voltou a criticar o plano de um pastor da Flórida de queimar o Alcorão hoje, no aniversário do 11 de Setembro. Ele acabou desistindo.
"Estamos vendo protestos no Afeganistão que ameaçam nossos soldados. Então temos a obrigação de dizer que esse tipo de comportamento coloca nossos homens em risco e é ferramenta de recrutamento da Al Qaeda."
Obama negou ainda que a atenção do governo ao caso tenha agravado a situação. O frenesi midiático em torno do pastor cresceu após comentários do general David Petraeus, comandante das forças dos EUA no Afeganistão, que alertou para os riscos.
"Na era da internet algo assim poderia causar profundo dano ao redor do mundo, e temos de ter seriedade."
O presidente afirmou querer evitar que o pastor inspire outros a pensar que "essa é uma forma de conseguir atenção".
POLÍTICA
Os comentários do presidente durante a coletiva de 75 minutos, a primeira desde maio e voltada principalmente para estimular a campanha democrata nas eleições para o Congresso, se voltaram também para a política externa e a economia.
Em relação ao Oriente Médio, Obama disse que pediu ao premiê israelense, Binyamin Netanyahu, que prolongue o congelamento dos assentamentos judaicos na Cisjordânia, que expira no próximo dia 26.
O fim do prazo coloca em risco as negociações diretas com os palestinos, retomadas com pompa em Washington no início do mês.
Obama defendeu esforços no Afeganistão e disse que o escrutínio sobre membros corruptos do governo local vem aumentando.
Ele também fez uma mea-culpa por não ter conseguido fechar a prisão de Guantánamo (Cuba) no primeiro ano de governo e disse que capturar líderes da Al Qaeda segue uma prioridade.
A economia foi alvo das declarações iniciais do presidente. Ele defendeu suas políticas fiscais.
O discurso teve tom claramente político e Obama desferiu golpes contra republicanos, acusando-os de "tomar o país de refém" com a obstrução a suas propostas.
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