terça-feira, setembro 28, 2010

Lula e Dilma em dueto pela liberdade da imprensa

Lula e Dilma em dueto pela liberdade da imprensa
Villas-Bôas Corrêa *, Jornal do Brasil - 28/09/2010 13h42
A medíocre campanha eleitoral, com o resultado antecipado pela folgada liderança em todas as pesquisas da candidata Dilma Rousseff, lançada pelo presidente Lula e apresentada ao distinto eleitorado como a garantia da continuidade dos seus oito anos de dois mandatos, guardou para véspera do primeiro turno, em 3 de outubro, o espetáculo do bom senso que abafou a troca de farpas, insinuações e denúncias de velhacaria trocadas entre o candidato tucano de oposição, José Serra, e a tropa de choque oficial, com a vanguarda do PT (Partido dos Trabalhadores).
 De um dia para o outro, de ontem para hoje, as acusações no figurino de todas as ditaduras, em especial da dos 20 anos da ditadura militar dos cinco generais presidentes, que cassou 103 mandatos parlamentares, numa bofetada no rosto do eleitor que votou e foi arrastado ao ridículo, deram uma cambalhota no picadeiro e caíram em si – o pior dos tombos. A pregação golpista da censura à imprensa – que é um golpe mortal na democracia, que não existe sem ela – cancelou a patuscada da marcha, com o apoio de jornalistas e até de líderes sindicais para a pregação da liberdade de imprensa, com destaque para a dupla inseparável formada por Lula e Dilma.
 E foi na tribuna de um comício em Porto Alegre que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,  depois de duas semanas de críticas e ataques à imprensa, empunhou a bandeira branca da reconciliação.
E não fez por menos, foi categórico na defesa da liberdade de imprensa: “Numa democracia, cada um fala e escreve o que quiser, cabendo ao povo o julgamento final”. E na mesma purgação do pecado: “A imprensa é muito importante para a democracia”. Era pouco, foi adiante: “A gente fica zangado quando falam mal da gente, e feliz quando falam bem.  A gente ter humildade e não ficar zangado quando fala mal ou só feliz quando fala bem”.
  A candidata Dilma, pelo visto, não estava informada da virada do presidente Lula. Dos jornalistas que se entusiasmaram com o controle da imprensa não há notícia de um arrependimento. Mas, jornalista que defende a censura à imprensa, pode ficar calado. É melhor do que imitar o presidente.
* repórter político do JB

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