terça-feira, setembro 14, 2010

Ministra admite almoço com Baracat

Ministra admite almoço com Baracat
Erenice e empresário negam, porém, que tenham tratado de assuntos profissionais
Cristiane Jungblut, Luiza Damé, Fábio Fabrini e Roberto Maltchik – O Globo
 BRASÍLIA. Assessores da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, confirmaram que ela se encontrou com o empresário Fábio Baracat, que seria representante da Master Top Airlines, empresa de transporte aéreo que estava em negociação com os Correios. Mas garantiram que ela foi apenas convidada pelo filho Israel Guerra para o encontro com um amigo dele, e que não foram tratados assuntos profissionais. O próprio empresário, ao divulgar nota contestando a reportagem da revista “Veja”, confirmou conhecer Erenice, mas alegou que era de forma superficial.
Antes da renovação do contrato, Israel Guerra teria patrocinado quatro encontros entre o empresário Fábio Baracat com Erenice. Os encontros teriam ocorrido na casa da exministra, fora do expediente. A ministra nega que tenha tomado qualquer medida para facilitar os negócios da empresa nos Correios.
Ontem, assessores do Palácio do Planalto também confirmaram que Israel Guerra recebeu de Fábio Baracat, por transferência bancária, um pagamento supostamente relativo a serviços de consultoria. Os assessores não entraram no mérito da atuação do filho da ministro junta a empresas públicas e privadas.
Empresa para operar suposto lobby funcionou só 13 meses A empresa usada por Israel Guerra para operar o suposto lobby no governo, a Capital Assessoria e Consultoria Empresarial, teve vida curta e encerrou suas obscuras atividades semanas antes de estourar o escândalo na Casa Civil.
Aberta em 6 de julho de 2009, fechou as portas no mês passado.
Conforme documentos da Junta Comercial do Distrito Federal, o ato de extinção é de 10 de agosto.
Tão curta quanto a existência da Capital foi a experiência de Israel como consultor com trânsito nos altos escalões da administração federal.
Para a meteórica função de lobista, ele se valeu da permanência de um ano em cargo comissionado na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ao qual chegou por indicação da ex-diretora Denise Abreu. Foi essa experiência, segundo fontes ligadas à família Guerra, que o levou a se aproximar de Fábio Baracat.
Graças à parceria, segundo “Veja”, a Master Top Linhas Aéreas (MTA) conseguiu, em poucos dias, renovar sua licença na Anac para poder voar, transportando cargas aéreas. A amigos, Israel admite que recebeu, depois de repetidas cobranças, R$ 120 mil de Baracat por “serviços prestados” à MTA. E alega ter perdido o contato com ele depois do desfecho da negociação. A consultoria também teria viabilizado, segundo a “Veja”, contrato com os Correios.
Exonerado ontem da Casa Civil, Vinícius de Oliveira Castro, que teria atuado com Israel, é amigo de infância dele e padrinho de seu filho.
Nos bastidores, o filho de Erenice diz que cometeu um erro ao se aliar a Baracat. Ele explica que levou o empresário a um encontro com a mãe por uma casualidade e na condição de amigo.
No Diário Oficial da União, Israel Guerra é citado como assessor do Ministério Público do DF entre agosto de 2007 e setembro do ano seguinte, quando foi publicada portaria de exoneração. Em nota, a Procuradoria Geral de Justiça do DF informou apenas que o desligamento foi “sem motivação”.

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