domingo, outubro 10, 2010
A economia mundial com os nervos à flor da pele
A economia mundial com os nervos à flor da pele
O Globo
AS PRINCIPAIS ECONOMIAS do planeta estão reunidas em Washington com uma preocupação em comum: como evitar o que especialistas e governos vêm chamando de guerra cambial. Diversos países, entre eles Estados Unidos e Brasil, reclamam de outros países, notadamente os emergentes, que estariam forçando a desvalorização de suas moedas como estratégia para beneficiar suas exportações.
O foco principal da chiação é a China, que tem o controle cambial sobre sua moeda, o yuan – enquanto nas principais economias do mundo as moedas flutuam de acordo com o humor do mercado. Para muitos economistas, essa diferença entre os regimes provoca distorções na economia financeira internacional, levando à natural adoção de medidas de retaliação.
O Brasil tem suas armas nessa contenda. Em menos de uma semana anunciou duas medidas para atenuar a valorização do real. A principal foi a elevação de 2% para 4% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o capital estrangeiro que entra no país em busca de rendimentos de curto prazo (basicamente, títulos do governo).
Já os Estados Unidos, apesar de mais cautelosos devido a forte ligação econômica com Pequim, também têm subido o tom contra a desvalorização da moeda chinesa.
No mês passado, a Câmara dos EUA aprovou um projeto de lei que permitirá ao governo americano tratar a desvalorização do iene como um subsídio, abrindo as portas para uma série de medidas protecionistas contra a importação de produtos chineses.
O drama para os americanos – e também para seus parceiros europeus – é que os efeitos da crise econômica de 2008/2009 ainda são muito sentidos nesses países, e a China sempre pode ser um desafogo.
Algumas medidas poderiam atenuar o problema, como um maior controle sobre gastos públicos pelos países ricos, e uma maior disposição da China em aceitar a valorização de sua moeda. Mas nada disso é simples.
Será caso, como se vê, para tornar-se tema não apenas da reunião do FMI mas também da cúpula do G-20, em novembro. E daí para muito mais.
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