domingo, outubro 10, 2010

O mundo atual pede um novo macho

O mundo atual pede um novo macho
José Aparecido Miguel – JORNAL DO BRASIL
Pouco repercutiu no Brasil a capa da semana passada da Newsweek, dos Estados Unidos, defendendo um novo macho. “Man up” é a manchete que destaca um texto assim: “Para sobreviver em um mundo hostil, os homens precisam encarar trabalhos historicamente femininos e fraldas sujas”. Segundo a revista, a mídia (americana, interpreto) está repleta de produtos como livros e programas de televisão estimulando o retorno ao velho ideal de masculinidade. “No entanto, sugerir que o homem continue com velhos modelos só perpetua o problema”.
A economia mudou o mundo. A parcela de homens no mercado de trabalho caiu de 70% em 1945 para menos de 50% hoje, e nas maiores cidades americanas, mulheres jovens e solteiras ganham 8% mais do que os homens. “Quebrar os velhos modelos é difícil, mas não impossível. Na Suécia, mais de 80% dos pais suecos tiram até quatro meses de licença, amparados por legislação vigente, com o nascimento de um novo filho (...)”, escreve a Newsweek, aqui resumida. “Na Alemanha, no Japão, na Grã-Bretanha e na Austrália há políticas públicas para favorecer os pais, o que deixa os EUA na lanterna”.
Outro aspecto evidenciado pela reportagem: os homens não podem mais se dar ao luxo de recusar trabalhos outrora feitos apenas por mulheres. “Afinal, dos 15,3 milhões de novos empregos estimados, a maioria será em áreas que atraem mais mulheres do que homens. Dos 12 empregos de maior crescimento entre 2008 e 2018, os homens dominam apenas dois (construção e contabilidade). O resto (incluindo as áreas de enfermagem e educação) permanecerá predominantemente feminino (...).Se os EUA atingirem a paridade de gênero no mercado de trabalho, o PIB (Produto Interno Bruto) poderia crescer 9%, segundo recente estudo do Fórum Econômico Mundial”.
O importante é que, “no final das contas, se os homens forem pais mais presentes, mais filhos terão educação e ficarão longe do crime e da pobreza”.
(Quem me sugeriu este assunto foi o escritor e jornalista João Lins de Albuquerque; a tradução que me ajudou é do Victor Barros, aqui do Jornal do Brasil.)

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