sábado, outubro 09, 2010

Obras vão reduzir em 20% voos em Guarulhos

Obras vão reduzir em 20% voos em Guarulhos
Hoje são 44 pousos e decolagens por hora. Em março, quando começa recapeamento de pistas, número será de até 35
Geralda Doca
 BRASÍLIA. Os passageiros podem se preparar para uma menor oferta de voos no terminal internacional de Guarulhos, em São Paulo, a partir de março de 2011, quando começam as obras no sistema de pistas, que preveem o recapeamento das duas vias e a construção de saídas rápidas entre elas para facilitar o fluxo de aeronaves.
As reformas, que só terminarão em meados de 2012, vão mexer com o dia-adia do maior aeroporto do país e principal ponto de partida das rotas internacionais — o que tem preocupado companhias e mobilizado as autoridades responsáveis.
Enquanto durarem as intervenções, as empresas aéreas nacionais e estrangeiras terão que remanejar voos e ainda decolar com menor peso (passageiros ou cargas).
Terminal terá menos 177 mil passageiros por mês Atualmente, há 44 movimentos por hora (pouso e decolagem) em Guarulhos e a expectativa é que as operações se reduzam para 35, no máximo — um corte de 20%. Este limite representa menos 177 mil passageiros por mês, de acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea).
As obras estão previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e fazem parte do pacote de reformas para ampliar a capacidade do aeroporto para os Jogos da Copa em 2014. Outros projetos são a instalação de dois terminais provisórios, enquanto não fica pronto o terceiro terminal de passageiros. O valor total do investimento previsto é de R$ 1,219 bilhão até 2013.
A capacidade exata do aeroporto durante as obras está sendo analisada pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e deverá ser apresentada às empresas até a próxima semana. Há certa urgência, segundo o Sindicato, pois o país está no limite do prazo previsto em acordo internacional para comunicar as mudanças às empresas a tempo de elas preparem a nova malha de verão.
Inicialmente, a Infraero pretendia interditar totalmente uma das pistas para fazer o recapeamento e as saídas rápidas de uma única vez. A proposta desagradou as empresas, principalmente as estrangeiras, sob o argumento de que a medida reduziria o movimento no aeroporto pela metade (menos 1,277 milhão de passageiros por mês). Há ainda como agravante a falta de locais próximos disponíveis para deslocar aviões e passageiros, pois Congonhas e Viracopos (Campinas) já estão saturados.
Diante da reação do setor, a estatal apresentou um novo planejamento que prevê a execução das obras em etapas (iniciar pelas cabeceiras de cada pista e o meio, sendo que o restante ficaria liberado). Com a decisão, no entanto, o período das intervenções será prolongado em mais seis meses: em vez de terminar em dezembro de 2011, as reformas vão adentrar em 2012. Este plano foi discutido ontem entre Infraero e Decea e permitirá no máximo 35 movimentos por hora, segundo interlocutores.
— Isso é o mínimo necessário para as companhias aéreas — disse Ronaldo Jenkins, coordenador da Comissão de Segurança de Voo do Snea.
Empresas queriam, em vez de interdição, isolar buracos Entretanto, técnicos envolvidos nas discussões acreditam que o número deverá ficar abaixo disso, pois num segundo momento será necessário interditar totalmente uma das pistas para fazer as saídas rápidas. O setor privado defendia que, neste caso, as obras fossem realizadas somente à noite e os trechos (buracos) ficassem isolados e sinalizados, sem prejudicar o movimento de aviões.
Mas a sugestão foi descartada pelos técnicos do governo por questões de segurança.
— São buracos enormes e não existe chapa com tamanho suficiente para tampá-los. Pista de aeroporto não é igual estrada, onde os carros podem trafegar ao lado de um buraco, apenas sinalizado — argumentam técnicos envolvidos nas discussões.
Segundo cálculos do Snea, caso o movimento seja reduzido para 28 por hora, o impacto no aeroporto será de menos 766 mil passageiros por mês.
— Precisamos encontrar uma solução que cause o menor transtorno possível — destacou o presidente da Snea, José Márcio Mollo.
Técnicos do governo argumentam que a capacidade do aeroporto será medida pelo Decea a cada etapa da obra.
Eles destacam ainda que a obra é necessária: — Se não fizer agora dentro de planejamento, terá que ser feita numa emergência por questões de segurança — enfatizou uma fonte.
Em 2008, a Infraero recapeou a pista principal (3.700 metros), mas existem trechos que necessitam de revitalização. Com 3 mil metros, a segunda pista terá que ser totalmente recapeada.
Além disso, estão previstas duas saídas rápidas unindo as duas pistas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Skoob

BBC Brasil Atualidades

Visitantes

free counters