sábado, outubro 09, 2010

Os Generais da Tropa

Os Generais da Tropa
MÔNICA BERGAMO - FOLHA DE SÃO PAULO - 09/10/10
No balanço que o PT fez para entender os motivos que levaram a eleição para o segundo turno está a centralização da campanha, em que só Dilma Rousseff (PT) e Antonio Palocci (PT-SP) tomam decisões -e, em menor grau, José Eduardo Cardozo e José Eduardo Dutra. Dirigentes partidários avaliam que eles se baseavam exclusivamente em pesquisas internas para ditar o rumo do marketing -e elas não captaram a virada de votos entre os evangélicos. Já lideranças e candidatos nos Estados conseguiam prever o fenômeno ao verem pastores pregando contra Dilma.
TELEFONE MUDO De acordo com os mesmos dirigentes, a coisa mais difícil é um dos três atender a telefonemas de lideranças do PT nos Estados. "Eles achavam que iam ganhar as eleições sozinhos."
FORA DA CURVA E por falar em pesquisas, o Vox Populi decidiu suspender a divulgação, na internet e na TV, dos trackings, pesquisas diárias da eleição presidencial. Na última delas, o instituto previa a vitória de Dilma no primeiro turno por boa margem sobre seus adversários.
VERDES DO DEM No Rio Grande do Norte, onde Dilma Rousseff (PT) teve 51,7% dos votos, contra 28,1% de José Serra e 19,1% de Marina Silva, o PV se aliou à governadora eleita Rosalba Ciarlini (DEM) e ao senador reeleito José Agripino Maia (DEM). Eles assumiram a coordenação da campanha de Serra no Estado. O partido indicou também o suplente de Garibaldi Alves Filho (PMDB), que também se reelegeu para o Senado.
CAMPO MINADO Oscar Maroni, o célebre dono da boate Bahamas, obteve liminar para que o MST desmonte o acampamento na entrada da Fazenda Santa Cecília, em Araçatuba, que pertence ao empresário e foi invadida em setembro do ano passado. Além da desocupação, a Justiça determinou que os sem-terra não poderão ficar a menos de 20 km do local e pagarão multa diária de R$ 5.000 em caso de descumprimento.
DA SALA DE JANTAR O compositor Jorge Mautner, o sociólogo Hermano Vianna e os artistas Guto Lacaz e Lenora de Barros, entre outros, reinterpretaram com textos e ilustrações as músicas do disco "Tropicália ou Panis et Circensis", de 1968. O resultado é o livro com o mesmo nome, organizado por Ana Oliveira, que será lançado em novembro.
PREGÃO As 70 peças que compõem a instalação de Rosangela Rennó na Bienal de São Paulo, entre fotografias, câmeras e flashes, serão leiloadas no dia 9 de dezembro. A artista ainda não decidiu o que fará com o dinheiro arrecadado.
SONINHA E O ABORTO:
"DISCORDO DO MEU CANDIDATO" Soninha Francine, coordenadora da campanha de José Serra (PSDB-SP) na internet, já declarou publicamente que fez aborto. Ela discorda da posição do candidato sobre o tema. Mas diz que ele tem "direito de opinar":
Folha - Você já declarou que fez um aborto. Soninha Francine - Sou a favor da mudança da lei [para descriminalizar o aborto].
O que acha de o tema voltar à pauta eleitoral? Toda vez que esse tema entra em pauta, gera reações. E que elas sejam extremadas não é novidade, e não é só no Brasil. Agora, na eleição ele teve mais repercussão do que efeito no resultado. Ele estava presente o tempo todo. Nas primeiras sabatinas e entrevistas, sempre surgem essas pautas de aborto, união civil de homossexuais. As organizações contra a legalização do aborto se manifestam sempre energicamente.
O Serra defende que a lei seja mantida. Ele sempre disse isso. A Dilma quase sempre também disse isso.
Pela lei [que prevê detenção de até três anos para aborto], você poderia ter sido presa. Mas eu sou a favor da mudança da lei! Nesse ponto eu discordo do meu candidato.
Ele está equivocado? Eu discordo.
Os candidatos estão emparedados pela igreja? Não, o Serra sempre teve essa opinião. Se ela é pautada por uma visão religiosa ou pragmática, diferente da minha, é opinião dele. As minhas opiniões provavelmente façam com que eu perca votos. E é assim que é, que funciona.
Não é complicado homens públicos invocarem valores na discussão, já que o Estado tem que ser laico? O Estado tem que ser laico, mas as pessoas podem ter suas convicções religiosas. A discussão sobre células-tronco passou por isso. As instituições não têm o direito de impor suas crenças para o conjunto da sociedade. Eu sou budista e não mato nem pernilongo. Mas não vou combater a dengue por isso?
Os candidatos estão debatendo o aborto como questão de saúde pública? Eles se manifestam com cuidado. O que me interessa no debate eleitoral em relação à Dilma é ela ter dado declarações contraditórias.
FILME COLORIDO
Ana Paula Arósio foi junto com o marido, Henrique Pinheiro, à pré-estreia de "Como Esquecer", anteontem, no Espaço Unibanco. No filme da diretora Malu de Martino, a atriz interpreta Júlia, uma professora homossexual.

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