Reprodução/Prefeitura de São Paulo de Olivença |
quarta-feira, outubro 13, 2010
“Terras caídas” ameaçam cidade no Amazonas
“Terras caídas” ameaçam cidade no Amazonas
Queda de margem pela força das águas causa desabamento e pode afetar 6,5 mil em São Paulo de Olivença
Paula Litaiff Especial para O GLOBO
MANAUS. Um fenômeno conhecido como “terras caídas” está colocando em risco a moradia de quase 6,5 mil pessoas que vivem às margens do Rio Solimões no município de São Paulo de Olivença, a 985 quilômetros a oeste de Manaus. O fenômeno ocorre quando a margem do rio cede à força da água, comprometendo todo o solo da região.
Na segunda-feira, 60 casas desabaram por conta do problema e deixaram dezenas de pessoas desabrigadas, informou a Coordenação da Defesa Civil do Amazonas.
Foi o terceiro deslizamento na cidade desde agosto. Não houve vítimas.
Segundo a Defesa Civil, além dessas moradias, mais 80 casas estão sob o mesmo risco de desmoronamento.
O número de pessoas que vivem na área prejudicada equivale a quase 30% dos habitantes da cidade, que tem 32.958 moradores.
Ontem, o prefeito do município, Raimundo Nonato Martins, decretou situação de emergência por conta do fenômeno.
Martins não soube dizer quantas pessoas ficaram desabrigadas.
— Mais casas desabaram, e a área se tornou um local de risco.
No domingo, choveu bastante pela manhã, mas acredito que a descida do rio nos últimos meses e a localização em uma área não apropriada contribuíram para o acidente. Já acionamos a Defesa Civil do estado, o governo do Amazonas, ajuda da Força Nacional e Exército para remoção das casas caídas. O município já está em situação de emergência — contou Martins.
Geólogo prevê piora da situação com novas chuvas A área onde houve o deslizamento mede cerca de 200 metros. De acordo com o geólogo Edmilson Vieira, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a região está toda condenada, por conta do fenômeno das “terras caídas”.
A situação piorará com as chuvas que estão previstas para esta semana em São Paulo de Olivença.
— Como a margem do rio onde estão as casas é formada principalmente por barro, e a força da água é mais intensa com a chuva, acreditamos que mais residências poderão desabar — disse o geólogo.
Vieira afirmou que estudos para a prevenção do problema e para reforçar a área atingida ainda estão sendo desenvolvidos no estado.
— Muita pesquisa ainda deve ser feita para buscar mecanismos da construção civil que possam recuperar a área atingida — avisou.
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