terça-feira, outubro 05, 2010

A fada Marina salva a medíocre campanha

A fada Marina salva a medíocre campanha
Villas-Bôas Corrêa *, Jornal do Brasil
A onda verde da candidata Marina Silva desmontou o esquema do presidente Lula, patrono da candidata favorita da véspera, a ex-ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Por sua vez, a responsável pela lealdade e competência da sua sucessora, a famosa Erenice, salvou a pior campanha da história deste país de uma mediocridade avassaladora, sem um debate com o mínimo interesse entre os candidatos, que fugiam das propostas e programas para as amenidades das tolices.
A incompetência dos candidatos Dilma Rousseff e José Serra foi a marca dos falsos debates de cartas marcadas, promovidos por várias emissoras de televisão, com temas escolhidos pelos animadores e sorteados como nos bingos. Os candidatos favoritos, Dilma e José Serra à distância nas pesquisas, adoraram o faz de conta que os liberaram de apresentar propostas ou questionar as dos adversários.
 O candidato da oposição pairou pela campanha cantarolando o samba de uma nota só da sua eleição, ao arrepio de todas as pesquisas, da sua certeza da eleição no segundo turno, depois da mágica da classificação.
 E ninguém prestou atenção na onda verde que o PV da modesta candidata Marina Silva, que começava a inflar nas pesquisas até o estouro nas urnas, quando acabou com a festa e levou a decisão para o segundo turno, em 31 de outubro.
 Daqui até lá teremos que acompanhar a convalescença da dupla de finalistas. E quem tiver juízo fechará o bico para não engolir insetos. Ninguém ganha na véspera, como aprenderam o presidente Lula e a sua candidata Dilma.
 Lula não é mais o grande eleitor. E na sofreguidão de virar o jogo, já mandou recados à candidata Marina Silva, a grande surpresa da campanha, que perdeu ganhando, para uma conversa.
 O segundo turno não promete muitas novidades. A menos que os dois finalistas, Dilma e Serra, tenham aprendido a lição que não se ganha eleição enganando o eleitor. O papo furado sobre a rotina burocrática do Bolsa Família e dos milhões de residência do Minha Casa Meu Voto, jogou  para escanteio o escândalo ético do pior Congresso de todos os tempos, páreo duro para o próximo dos tiriricas e outros patuscos.
 Um desafio que ainda atravessará outros governos, se a casa não desabar. Brasília não é apenas a mina sem fundo da bolsa da Viúva, que transformou o mandato parlamentar na gazua das vantagens e propinas, como as passagens aéreas para o fim de semana nos currais eleitorais e os privilégios de marajás, com gabinete individual, a penca de assessores que são cabos eleitorais e as mutretas que pipocam quando o Congresso decide trabalhar, com duas ou três sessões por semana.
 O inchaço de Brasília é um desafio que o Congresso não tem vontade política de enfrentar. E nesta batida um dia a casa cai.
* repórter político do JB

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