terça-feira, outubro 05, 2010

O gosto amargo da derrota

O gosto amargo da derrota
Eleitor fluminense muda de opção e deixa nomes influentes da política sem mandato
Ana Paula Siqueira – JORNAL DO BRASIL
Este ano, o eleitor fluminense deixou de eleger velhos caciques políticos, como o ex-prefeito Cesar Maia (DEM), que se candidatou ao Senado, e o deputado federal Marcelo Itagiba (PSDB), que disputava à reeleição. Cesar, por exemplo, liderava pesquisas de intenção de voto no início da campanha. Após a derrota, celulares desligados e dificuldade para falar com muitos postulantes. Para analistas, cada caso deve ser analisado individualmente. Os problemas para se manter no poder vão desde falta de comunicação com os eleitores até a ofensiva do presidente Lula contra a oposição.
Ex-prefeito do Rio, Cesar Maia estava bem antes do início oficial da campanha. Ao que tudo indica, no entanto, foi atingido pela ofensiva governista que pretendia e conseguiu levar para o Senado o maior número possível de aliados. Assim como o deputado Fernando Gabeira (PV), que viu seu sonho de governar o Rio ir por água abaixo.
O objetivo é garantir governabilidade para a candidata do PT, Dilma Rousseff, com boas chances de vencer a disputa no segundo turno. Maia concorda que o fator Lula foi crucial para sua derrota nas urnas.
Venceram os favoritos e com apoios substanciais de Lula/Dilma e Cabral. Estranho teria sido um resultado diferente, avalia, por e-mail, o ex-prefeito, em referência também ao poder do governador reeleito do Rio, Sérgio Cabral. Sobre o futuro, ele fala apenas que o foco agora é o segundo turno de José Serra, candidato do PSDB à Presidência. Sem confirmar ou negar intenção de disputar as eleições municipais, daqui a dois anos, ele afirma que em 2011 trataremos de 2012.
Opções políticas
Outro político carioca que prepara sua despedida de Brasília é Edmilson Valentim (PCdoB). Deputado federal por dois mandatos, um deles durante a Constituinte, ele não conseguiu se reeleger para voltar à Câmara, e fica no cargo até o fim do ano. Mas, afirma que vai cair de cabeça na campanha de Dilma. Se fará parte do governo do estado do Rio? Cabral decidirá.
No entanto, ele atribui sua derrota à opção do PCdoB de lançar chapa própria para os cargos proporcionais. Mesmo sem conseguir se eleger, ele avalia que o desempenho do partido foi bom, com quase 300 mil votos. E afirma não se incomodar com o fato de candidatos que tiveram desempenho bem abaixo terem sido eleitos com base no coeficiente partidário, como Jean Willys (PSOL), eleito com pouco mais de 13 mil votos.
Sou a favor do voto em lista fechada. Acho que o debate em torno da reforma política tem que ser retomado porque vai fortalecer a democracia. Assim como o financiamento público de campanha defende o parlamentar. Não posso passar metade do meu tempo de mandato procurando quem me ajude na campanha. Isso é um absurdo.
Marcelo Itagiba foi procurado, mas não houve retorno das ligações até o fechamento desta edição.

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