Candidato do PSDB ressaltou que quando foi governador de São Paulo teve o apoio do PV. (Foto divulgação) |
terça-feira, outubro 05, 2010
PSDB sai na frente em corrida por apoio do PV nos estados
PSDB sai na frente em corrida por apoio do PV nos estados
Marcela Rocha, Portal Terra – JORNAL DO BRASIL
SÃO PAULO - O PSDB já tem interlocutores estaduais com o PV nos três maiores colégios eleitorais do país para conseguir que as bases de Marina Silva apoiem a candidatura de José Serra no segundo turno. O PT, por sua vez, admite o favoritismo dos tucanos na disputa em Minas, Rio e São Paulo e pretende aproximar as lideranças verdes dos seus governadores já eleitos. O presidenciável prentende costurar pessoalmente uma aliança com o partido e Marina Silva, embora os tucanos trabalhem com a hipótese de que ela prefira ficar neutra no processo.
Mirando o eleitorado que abandonou Dilma e migrou para Marina, os serristas estudam formas de convencer essa parcela, que evitou o tucano, a votar no seu candidato. No Rio de Janeiro, o PSDB conta com Márcio Fortes - vice de Fernando Gabeira na disputa ao Palácio da Guanabara - para manter a inclinação dos verdes em fazer campanha por Serra no estado. Embora Gabeira já tenha afirmado que apoia pessoalmente Serra, não pretende se envolver nesta relação do PSDB com Marina. O candidato à presidência também mantém boa relação com o deputado federal eleito Alfredo Sirkis, presidente do PV do estado.
Em Minas Gerais, o PV compõe com o senador eleito Aécio Neves desde 2003. A candidatura de José Fernando nestas eleições buscava somente melhorar o desempenho dos deputados. Ao final da campanha, Fernando se reuniu com Aécio e Antonio Anastasia e sinalizou que não haveria grandes dificuldades para a aproximação em Minas.
O presidente do PV mineiro, Ronaldo Vasconcelos, já dá seus primeiros passos em direção ao apoio a Serra. "Convoquei para quinta uma reunião da executiva estadual para começar a discutir a participação do PV estadual e nacional na sucessão presidencial", disse ao Terra. Segundo ele, José Fernando vai participar do encontro, o que aumentam as chances de fecharem um apoio estadual, mesmo que informal.
Em São Paulo, o médico Eduardo Jorge (PV) é secretário da prefeitura da capital e, segundo interlocutores próximos a Serra, seu nome já foi ventilado quando o assunto era Ministério do Meio Ambiente de um eventual governo do tucano. O próprio Serra cuidará da aproximação com o secretário e de Feldmann, contando com auxilio do prefeito Gilberto Kassab (DEM) e Geraldo Alckmin.
O apoio do ex-candidato ao governo de São Paulo Fábio Feldmann é tido como certo pelos tucanos, embora seja pouco significativo eleitoralmente, dado a votação inexpressiva que alcançou neste domingo. Ele é um dos fundadores do PSDB e ocupou cargos nos governos de Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso.
Na Bahia, a vice-presidente do PV local e coordenadora da campanha de Marina Silva no estado, Carmem Reyes, disse que deve seguir a decisão da executiva nacional. "Devemos ter uma definição amanhã ou depois", disse a representante do PV baiano. Para ela, o posicionamento mais provável deve ser a declaração de apoio à campanha de Serra.
Carmem entende que o voto em Dilma foi uma espécie de "voto de cabresto", principalmente daqueles que hoje dependem de benefícios como o Bolsa Família. "E hoje as pessoas estão tão diminuídas que não querem perder o voto e tendem a escolher quem vai ganhar", avaliou.
Em Pernambuco, os verdes também esperam uma convocação da direção nacional para participar das discussões sobre qual candidatura à Presidência receberia o apoio. O vereador do Recife e recém-eleito deputado estadual, Daniel Coelho (PV), acredita que a decisão deve tomar como base a postura de "independência" da sigla.
Embora o partido no estado seja próximo ao senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que deu palanque a Serra no estado, Coelho acredita que "a decisão tem que ser nacional". E completou: "acho que o partido tem que tomar cuidado e preservar nossa independência. Conseguimos marcar uma posição e mostrar que nosso projeto é diferente do projeto do PSDB e PT, que são muito parecidos".
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