terça-feira, outubro 05, 2010
Marina: 'Projeto é maior que o partido'
Marina: 'Projeto é maior que o partido'
Escolha de quem PV apoiará pode ser feita por convenção com 150 pessoas ou por decisão da Executiva Nacional
Sérgio Roxo – O Globo
SÃO PAULO. Terceira colocada na eleição presidencial de domingo, Marina Silva levantou ontem a possibilidade de o PV realizar uma convenção para escolher a posição a ser tomada no segundo turno da disputa. A verde contou que recebeu ontem os telefonemas de Dilma Rousseff (PT) e de José Serra (PSDB), que se ofereceram para conversar. Marina deixou claro que a posição do partido não é a mais importante para ela.
— O projeto que eu e Guilherme (Leal, seu vice) apresentamos para a sociedade, temos a consciência, e boa parte da direção do PV também tem, é muito maior do que o nosso partido.
O caminho da convenção abre espaço até, de acordo com Marina, para que cada integrante do partido assuma uma posição diferente: — Em 2009, nós estabelecemos (na coordenação nacional do partido) que, se tivesse segundo turno, a decisão partidária passaria por uma convenção.
Essa convenção prevê inclusive o direito de que a minoria que, por ventura, venha a discordar da posição majoritária possa manifestar seu posicionamento.
A possibilidade de realizar a convenção foi levantada pelo deputado eleito Alfredo Sirkis, presidente do PV-Rio, que se reuniu com Marina ontem em São Paulo.
Mas o presidente nacional do PV, o também deputado eleito José Luiz Penna, disse não conhecer a cláusula estatutária que permitiria o uso desse instrumento e afirmou que caberia à Executiva Nacional definir a opção.
Ele convocou, à noite, reunião da Executiva, ainda sem data, para discutir como será o processo interno para definir a posição verde no 2oturno.
A escolha do instrumento para definir o apoio da legenda pode ser decisiva. Caso o partido faça uma convenção, em torno de 150 pessoas definem se os verdes ficam com Serra, Dilma ou neutros. A avaliação é que nesse caminho há chance de prevalecer a opção pela neutralidade.
Caso a decisão fique com a Executiva Nacional, que possui 60 membros, a tendência é que o apoio a Serra saia vitorioso.
“Vou ser coerente com minha convicções” Aliados próximos de Marina continuam crendo que ela defenderá a neutralidade. Já para Penna, essa é a última das opções e só deveria ser adotada caso uma posição signifique ruptura interna.
Em público, Marina diz não ter ainda definição sobre qual posição defenderá. Perguntada se poderia seguir caminho distinto da legenda, foi evasiva.
— Vou ser coerente com as minhas convicções.
Para Penna, a possibilidade de o PV e Marina na eleição presidencial optarem por rumos diferentes “jamais” acontecerá. A senadora e a direção do PV concordam, porém, que a escolha do rumo no segundo turno não pode ficar restrita às instâncias partidárias. Marina fala em ouvir “os núcleos vivos da sociedade”.
Penna defende que os artistas, que foram à TV apoiar a verde, como Gilberto Gil e Caetano Veloso, sejam consultados.
Sobre o candidato derrotado ao governo do Rio Fernando Gabeira, que anunciou apoio a Serra, Marina comentou: — Ele disse que é uma manifestação pessoal dele. Eu prefiro fazer a minha manifestação na instância partidária, após ouvir os segmentos da sociedade com os quais fiz aliança. Vou continuar dizendo que o cidadão é dono do seu voto. O voto não é da Marina, não é do Serra, não é da Dilma. É do eleitor.
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