sexta-feira, outubro 15, 2010

O Brasil de olho nas chuvas

O Brasil de olho nas chuvas
País integra constelação de satélites que vai melhorar previsão climática
Cesar Baima – O Globo – Ciência
O Brasil se prepara para integrar uma constelação de satélites que vai monitorar as chuvas na Terra. O Programa Internacional de Medidas de Precipitação (Global Precipitation Measurement, GPM) vai aprimorar programas em curso, produzindo estimativas de chuva a cada 3 horas. Para tanto, já está em negociação com a Nasa, a agência espacial dos EUA, e a CNES, a agência espacial francesa, a inclusão de instrumentos das duas instituições em um satélite nacional, batizado GPM-Brasil, que deverá ser lançado até 2015, conta Gilberto Câmara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
— Há um problema sério na previsão do tempo, principalmente em relação a chuvas intensas, que em zonas urbanas podem provocar desastres — diz Câmara.
— Com as mudanças climáticas, aumentarão as chuvas de maior intensidade e o Brasil é um país que poderá sofrer muito. Então, para nós é importante ter formas de medir isso, o que poderá levar a uma redução no número de mortes decorrentes de tempestades.
Será um projeto de uso direto da sociedade, e não só científico.
Segundo o diretor do Inpe, o GPMBrasil deverá usar a mesma plataforma do Amazônia 1, satélite de monitoramento de recursos terrestres que deve ser lançado em 2013. Seu desenvolvimento, previsto no Plano Nacional de Atividades Espaciais, tem recursos do Orçamento da União.
— O ponto de vista do espaço é único, permite uma cobertura com alta precisão — reforça Michael Freilich, diretor de Ciências da Terra da Nasa.
Mas, antes mesmo do Amazônia 1, em novembro do ano que vem o Brasil deverá lançar o CBERS-3, sigla em inglês para Satélites Sino-Brasileiros de Recursos Terrestres. No início deste ano, o CBERS-2B, lançado em 2007, apresentou problemas e suas operações foram encerradas antes do previsto.
Mas, graças à cooperação internacional, o país não enfrenta prejuízos nos principais dados que eram monitorados por ele — queimadas, desmatamento e mudanças no uso da terra.
— A perda do CBERS-2B não era algo que se esperava, mas aconteceu.
Satélites são sensíveis e podem apresentar problemas — explica Câmara.
— Suprimos as informações que o CBERS-2B produzia com outros satélites, como os Landsat e o indiano ResourceSat1. Mas a ideia é que, ao longo do tempo, aumente o número de satélites para monitoramento do território brasileiro — conclui.
O MAPA DA ÁGUA: Trabalho inédito revela distribuição do vapor em toda a Terra
O mapa acima, divulgado esta semana, mostra a distribuição do vapor d’água na atmosfera do planeta em agosto de 2010. Criado a partir de dados coletados por satélites da Nasa, o mapa é um instrumento importante em estudos climáticos. Quanto mais azul uma região, maior a concentração de vapor. Embora só um milésimo de 1% do 1,39 bilhão de quilômetros cúbicos de água que existem na Terra esteja na forma de vapor, ele exerce influência essencial — e desproporcional à sua concentração — sobre o planeta. É um poderoso gás do efeito estufa e um dos principais agentes da regulação do tempo e do clima.
O vapor d’água influencia de forma decisiva a distribuição global de chuvas e a reflexão de calor da superfície para o espaço. Mesmo assim, há tão pouco vapor que as camadas mais úmidas poderiam formar uma camada de água de apenas 60 milímetros de espessura se uma coluna de ar fosse condensada do topo da atmosfera até a superfície.
A evaporação da água de oceanos, rios, lagoas e outros corpos d’água representa 90% da umidade na atmosfera. A maior parte dos 10% restantes é gerada pela transpiração das plantas. Erupções vulcânicas entram com um pequeno percentual do vapor d’água.

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