segunda-feira, outubro 04, 2010
Perde e ganha eleitoral
Perde e ganha eleitoral
Ícones da oposição no Senado, como Tasso Jereissati, sofrem derrota nas urnas, e novos campeões de votos, como o capixaba Renato Casagrande, ascendem em vários Estados
BRENO COSTA - FOLHA DE SÃO PAULO
As eleições deste ano provaram, uma vez mais, que a linha que separa céu e inferno na política é tênue.
Senadores ícones da oposição chegaram às urnas com a certeza da reeleição e de que estariam de volta aos seus gabinetes a partir de 1º de fevereiro de 2011.
Mas figuras como Tasso Jereissati (PSDB), três vezes governador do Ceará e senador desde 2002, agora terão que se contentar com pelo menos dois anos sem mandato.
Tasso, Marco Maciel (DEM-PE), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Arthur Virgílio (PSDB-AM), também derrotados, foram pontas de lança do bloco de oposição a Lula no Senado, que conseguiu impor ao governo derrotas importantes, como a queda da CPMF.
Graças a esses apertos, Lula fez questão de investir em candidatos fortes para derrotar seus "inimigos".
Jarbas Vasconcelos (PE), da ala oposicionista do PMDB, volta para a metade final de seu mandato no Senado marcado por uma derrota expressiva para Eduardo Campos (PSB) na disputa pelo governo de Pernambuco.
Campos, aliás, emerge das urnas como um dos principais representantes situacionistas. Chega ao seu segundo mandato em Pernambuco, berço do presidente Lula, com o apoio de 82% dos eleitores, segundo indicava a apuração até as 21h30.
Também do PSB, que se consolida como partido de primeiro escalão na composição de forças pelo país, Renato Casagrande conseguiu, no Espírito Santo, os mesmos 82% dos votos de seu colega de partido.
Mas ao mesmo tempo em que líderes da oposição tomam o rumo da porta de saída do Congresso, o ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB) emerge das eleições como maior nome oposicionista numa vitória de Dilma.
Sua eleição era dada como certa no Senado, mas mostrou muita força ao alcançar, em Minas, o que Lula não conseguiu nacionalmente: eleger, em primeiro turno, Antonio Anastasia, que era vice de Aécio e nunca havia sido testado nas urnas.
Outra conquista tucana foi a eleição, em primeiro turno, de Beto Richa. Outro expoente "jovem" do PSDB, o ex-prefeito de Curitiba chegou à eleição empatado com Osmar Dias (PDT).
Também entra nessa conta dos "abençoados" do PSDB Aloysio Nunes Ferreira, a maior surpresa do país entre os candidatos ao Senado.
Do lado governista, o PT volta a ter um nome forte no Rio de Janeiro, terceiro maior colégio eleitoral do país, com a eleição de Lindberg Farias.
O candidato conseguiu desbancar um dos remanescentes da oposição ao governo Lula no Rio de Janeiro: Cesar Maia, prefeito do Rio por três mandatos, que vai para o ocaso político.
Excluída do segundo turno nas eleições presidenciais, Marina Silva (PV) também pode ser considerada "vencedora", ao ter conquistado um cacife eleitoral futuro de 20 milhões de votos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário