quinta-feira, outubro 07, 2010

De volta ao legado de FH

De volta ao legado de FH
Serra muda tom do primeiro turno e defende resultados das privatizações e Plano Real
Adriana Vasconcelos, Cristiane Jungblut e André de Souza BRASÍLIA – O Globo
 No primeiro grande ato de campanha do segundo turno, que reuniu ontem os principais governadores e parlamentares eleitos por PSDB, DEM, PPS e até dissidentes do PMDB, o presidenciável tucano, José Serra, tentou mostrar otimismo e disposição para mudanças de discurso. A começar pelo resgate do legado do governo Fernando Henrique, incluindo o Plano Real e até as privatizações. A estratégia atende a sugestões do senador eleito por Minas e ex-governador Aécio Neves, que tem reforçado a ideia de que o governo Lula não teria o sucesso que teve sem as conquistas deixadas pelos antecessores.
 Itamar Franco deu a cobertura para o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique, lançar as bases do Plano Real. O Real é do Itamar e do Fernando Henrique. O Real eliminou nuvem de poeira quente que sufocava o país. Porque a gente sabe que quem paga o pato pela inflação são os pobres — discursou Serra.
Após esconder FH no primeiro turno, Serra destacou a privatização nas telecomunicações e lembrou o tempo em que os brasileiros eram obrigados a declarar as linhas telefônicas no Imposto de Renda. Disse que o governo Lula deu prosseguimento à política, ao vender entre 2004 e 2005 os bancos do Ceará e do Maranhão: — Dizem que vão voltar com privatização (na campanha do PT). O governo Lula continuou privatizando.
Dois bancos. E não é um problema de número, é de ideologia. Se privatizou, é que não era tão contra. Eu elogio a privatização, a abertura de telecomunicações.
Não venham com trololó de factoides dessa natureza.
Aécio faz defesa de Fernando Henrique
O senador eleito Aécio Neves foi mais enfático na defesa de FH. Na chegada, disse que esta deveria ser a primeira atitude da nova fase da campanha e que não se deve ter vergonha de debater as privatizações: — Devemos defender isso com altivez e iniciar o segundo turno falando dele. Não teria havido o governo Lula se não tivesse havido o governo Itamar, com a coragem política de lançar o Real, e se não tivesse havido o governo FH, que consolidou e abriu a economia. Se querem condenar as privatizações, estão dizendo a cada cidadão brasileiro que pegue o celular no seu bolso, na sua bolsa, e jogue na lata de lixo mais próxima. Foi a privatização do setor que permitiu a universalização de acesso da população, por exemplo, à telefonia celular.
Pressionado a assumir figurino de oposição, diferente do mostrado na TV, quando se apresentou como “Zé” e usou imagens de Lula, Serra mostrou disposição para atacar. Criticou a postura de Lula na campanha e prometeu, se eleito, discutir mudanças na legislação para delimitar ação de chefes de Estado numa eleição. Serra disse que o PT e sua candidata dividem o Brasil entre bons e maus: — Nunca tratei e não vou tratar oposição como inimigos da pátria.
Dizem que o PSDB fez uma oposição de banana. Eu diria que foi soft. Mesmo na oposição, continuamos preocupados com o Brasil. Não vamos mudar de atitude no governo. A grande maioria do PT tem duas caras.
Aécio disse que o governo Lula teria aparelhado a máquina pública: — Uma campanha (da Dilma) que se baseou no “nós contra eles”. Primou pelo aparelhamento da máquina.
 A campanha do Serra vai dizer: o Brasil somos todos nós. Não queremos mais um governo a serviço do aparelhamento da máquina.

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