quinta-feira, outubro 07, 2010

Marina: PV pode não ter posição única

Marina: PV pode não ter posição única
Verde admite que divergências são grandes e que há chance de que ela tome caminho distinto do resto do partido
Sérgio Roxo – O Globo
 SÃO PAULO. A verde Marina Silva — que ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais, com 19,6 milhões de votos — admitiu ontem a possibilidade de tomar um caminho diferente do PV neste segundo turno.
Em duas entrevistas, ela lembrou que as divergências dentro do partido podem inviabilizar uma posição única: — Obviamente, quando se vai para uma discussão democrática, sempre há a possibilidade de diferenças, e há a possibilidade de convergências — afirmou, no final da tarde.
Mais cedo, em entrevista à Rádio Jovem Pan, ao ser perguntada se seguirá obrigatoriamente o rumo decidido pelo partido, ela disse que “não se pode dizer que será uma posição única”. Marina disse considerar natural que ocorram divergências dentro da legenda: — Em um partido como o PV não tem como imaginar, até pela diversidade, um processo unânime. Temos posições diversificadas.
E, por isso, que, quando me filiei, asseguramos a realização de uma convenção para definir a posição caso houvesse segundo turno, com garantia à minoria do direito à manifestação.
 Marina vai se reunir com Dilma e Serra Antes da convenção do PV, marcada para o próximo dia 17 — quando será decidida a posição do partido —, Marina deverá ter reuniões separadas com Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Os dois candidatos receberão uma lista de propostas que, na visão dos verdes, devem ser incorporadas aos programas dos dois finalistas.
Os encontros de Marina com Dilma e Serra devem acontecer na próxima semana, mas a iniciativa, segundo os dirigentes do PV, terá que partir dos candidatos.
Um relatório sobre as conversas será apresentado na convenção do dia 17. Segundo a senadora, uma questão que estará presente no programa é a necessidade de promoção de uma “revolução da educação”.
Marina não quis responder se subirá no palanque, ou se aparecerá no programa eleitoral, caso decida apoiar alguém.
Novamente, ela frisou que a negociação com petistas e tucanos não envolverá oferta de cargos. Segundo a verde, seria “o pior dos mundos”.
As conversas, de acordo com Marina, tampouco passarão pela posição de Dilma e Serra sobre o aborto, tema que esteve em alta na reta final do primeiro turno. Marina lembrou que era favorável a um plebiscito para a questão, mas negou que convocaria a consulta, caso fosse eleita.
Assediada por aliados de Dilma e Serra, a verde aproveitou para cobrar de seus dois ex-adversários a apresentação dos programas de governo no horário eleitoral gratuito. Dilma só divulgou diretrizes, que foram trocadas ao longo da campanha por outra versão.
Já Serra, registrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma colagem de discursos: — (No primeiro turno) os candidatos que tinham tempo de televisão não tinham programa e quem tinha programa não tinha tempo de televisão.
Verde teme por não cumprimento de promessas Marina manteve as críticas a Dilma e Serra. Voltou a afirmar que os adversários “politizaram” todas as questões durante a campanha, em referência à forma que tratam os escândalos, como caso Erenice Guerra, e a quebra de sigilos fiscais. A senadora acreana disse temer que a petista e o tucano, interessados numa aliança eleitoral, façam promessas, e, depois do fechamento das urnas, esqueçam os compromisso assumidos: — (O comprometimento com o programa) não pode ser algo apenas declaratório. (A preocupação) É como isso será de fato internalizado na campanha, na forma de comprometimento com essa agenda no debate político.
A verde atacou os institutos de pesquisas, por não terem captado sua votação. Disse que o segundo turno é uma chance para que esses institutos façam “uma reavaliação”, já que, segundo Marina, muita gente se orienta por pesquisas antes de votar: — Ouço inúmeras manifestações das pessoas dizendo: se eu não tivesse me baseado nas pesquisas, com certeza a senhora até teria ido para o segundo turno.
Porque, de fato, o que estava acontecendo era maior do que as pesquisas (indicavam).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Skoob

BBC Brasil Atualidades

Visitantes

free counters