terça-feira, outubro 12, 2010

Bancadas verde e ruralista travarão duelo

Bancadas verde e ruralista travarão duelo
Com lideranças renovadas, representantes dos dois grupos se dividirão na discussão do novo Código Florestal
Entre os defensores do Meio Ambiente, a maior baixa é Marina Silva, que deixa a legislatura no final deste ano
NANCY DUTRA - CLAUDIO ANGELO - DE BRASÍLIA – Correio Braziliense
Que falta você vai fazer!
 As bancadas ruralista e ambientalista do Congresso saíram das urnas com novas lideranças para defender seus interesses.
Um dos primeiros temas a dividir os parlamentares será a discussão do novo Código Florestal, aprovado em setembro em comissão da Câmara. O texto está pronto para entrar na pauta do plenário, mas ainda não há acordo sobre a data de votação.
"Produtor não pode pagar a conta pelos problemas ambientais", defende Jerônimo Goergen (PP-RS), coordenador da frente para o agronegócio na Assembleia Legislativa gaúcha e reforça da bancada ruralista, que deverá ter em 90 parlamentares.
Outros ruralistas eleitos são o empresário do setor de máquinas agrícolas Nelson Padovani (PSC-PR) e o ex-ministro da Agricultura Reinhold Stephanes (PMDB-PR), além do líder arrozeiro Paulo Cesar Quartiero (DEM), porta-voz dos agricultores de Roraima contra a demarcação da reserva indígena Raposa/ Serra do Sol.
A "onda verde" da eleição presidencial não se refletiu no novo Congresso. O partido da candidata derrotada Marina Silva manteve o mesmo número de deputados (15). Mas o próprio líder do PV na Câmara, Sarney Filho, hesita em chamá-los todos de ambientalistas. "Não conheço a origem de todos eles ainda", afirmou.
SEM MANDATO
Os ambientalistas, no entanto, sofreram algumas baixas importantes, como Edson Duarte (PV-BA) e Fernando Gabeira (PV-RJ). Esse será substituído por um nome de peso: Alfredo Sirkis (RJ), coordenador da campanha de Marina Silva. Também foi eleito o presidente do PV, José Luiz Penna (SP).
Do lado ruralista, o catarinense Valdir Colatto (PMDB), crítico da legislação ambiental, não obteve a reeleição.
Também ficaram sem mandato Germano Bonow (DEM-RS), Anselmo de Jesus (PR-RO) e Gervásio Silva (PSDB-SC), além de Ernandes Amorim (PTB-RO), barrado pela Ficha Limpa.
"Sem Colatto, o governo pode ter uma posição mais liberal sobre o Código Florestal, mais próxima do Meio Ambiente", diz o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).
Reeleito com uma votação 230% maior do que em 2006, Valente atribui parte de sua popularidade à defesa que fez na comissão do Código Florestal contra o relatório apresentado pelo deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP).
O comunista, por sua vez, foi reeleito com 37 mil votos a menos. Valente diz que a nova lei florestal, que agradou aos ruralistas, afastou eleitores de Rebelo. O relator nega. "Perdi votos no interior e ganhei na capital", afirma.
No Senado, a bancada ruralista está mais forte: entram o ex-governador do Mato Grosso Blairo Maggi (PR) e o deputado Waldemir Moka (PMDB-MS). Eles se juntam à presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Kátia Abreu (DEM-TO).
Maggi repaginou o discurso, após ser crucificado no exterior como "Motosserra de Ouro" e "estuprador da floresta". "Há espaço para ampliar a produção e respeitar as regras estabelecidas. Não quero mudança."
Maggi apoia, porém, o relatório de Rebelo. "Precisamos dar tranquilidade ao setor." A maior baixa dos ambientalistas será a saída de Marina Silva, que deixa a Casa no fim desta legislatura.
Colaborou GABRIELA GUERREIRO, de Brasília

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